sexta-feira, 18 de abril de 2014

O Maior Amor do Mundo

Bem, na última postagem estava contando que a "turma" do Álvaro estava prestes a viajar pra São Tomé da Letras no feriado de 7 de setembro de 1989.

Fui convidada, mas não quis saber. Era uma turma muito estranha, uma molecada e um cara muito pedante que era o Álvaro. 

Naquela época eu ainda trabalhava na "escola" do Oswaldo. A esposa do Oswaldo já tinha morado em São Tomé e falou de acontecimentos estranhos que sempre rondaram a cidade. Uma espécie de lenda urbana local que diz respeito a seres extraterrestres, "povo loiro que mora embaixo da terra", Santo Daime, Morro do Matutu entre outras crendices. Dizem ser uma cidade muito bonita, mas nunca cheguei a ir. 

Quando terminou o feriado o German me ligou contando sobre um acidente pavoroso que tinha ocorrido com eles. O Álvaro não estava envolvido. Aconteceu o seguinte:

O carro do Álvaro tinha dado problemas durante toda a viagem, parece que chegou lá de guincho. No dia seguinte, pela manhã, ele ficou na cidade pra achar um mecânico. A meninada se enfiou toda na Rural do Fabiano e foram procurar uma tal cachoeira... Estavam em muitos dentro da Rural. Eram Fabiano, Bel, Elaine, German, André, Lu (namorada do André na época), Fernanda, Baixinho e não lembro se o Guto estava também. Acontece que o Fabiano não era um motorista muito hábil ainda. A rural estava com ele há pouco tempo e a carta de motorista também...

A propósito, mantenho contato até hoje com todos que estavam no acidente, menos a Lu e o Guto. Todos tornaram-se grandes amigos meus e chegamos a fazer outras viagens juntos. Se alguém dessa turma ler isto e quiser me mandar a história exata, como foi, por favor mande. Só estou contando o que me contaram. Inclusive aceito fotos do evento, pois não tenho.

Continuando, não sei exatamente como foi, mas eles derraparam e capotaram à beira de um precipício. Não morreu ninguém, graças a Deus! Deus mesmo! Eles ficaram pendurados, ou presos em uma árvore e dali pra baixo era barranco. Tiveram que sair pela porta traseira. De todos, quem se machucou mais foi o Baixinho, já falecido, infelizmente, que teve sua mão direita toda cortada e teve que fazer cirurgia.

Alguns arranhões leves, cortes superficiais e muito trauma!

O Álvaro foi chamado ao local pra socorrê-los. Mandou quem precisava ir pro hospital e resgatou o restante.

Bem, eles estavam todos em uma barraca, acampados. Só quem estava na pousada eram o Álvaro e a Elaine. Segundo contam, eles entraram pela janela da pousada e ficaram no quarto. Dizem que mais parecia um açougue... sem comentários.

Voltaram desta viagem terrível e o Álvaro já tinha uma viagem marcada pro mesmo dia da volta de São Tomé. Ele ia a trabalho pra Manaus. Nem preciso dizer que ele voltou socando o pé no acelerador pra não perder o avião.

No primeiro dia de trabalho do Álvaro, após as viagens, não sei ao certo que dia foi, liguei pra Vickers pra falar com o German. No departamento eram o German, o Álvaro e a Elaine. Atendeu um homem que não era o German, logo era o Álvaro. Eu pedi pra falar com o German, ele disse que não estava e perguntou quem era. Identifiquei-me e ele disse: "Não cumprimenta mais?" Eu disse: "Não sei quem está falando". Óbvio que eu sabia... Fiz um doce...

Ele disse que era o Álvaro e não sei como, eu disse "estou com saudade". Aquelas palavras pularam da minha boca, eu juro!

Pra minha surpresa ele disse "Eu também, aparece em casa domingo". 

No sábado minha amiga Bel, a cantora, não a que estava no acidente, foi em casa. Na época ela era casada com o já falecido Kim. E o Kim passou a tarde na casa do Álvaro. Não sei se eles já estavam tramando algo, mas se estavam eu caí feito um patinho. O Kim convidou o Álvaro e a Bel me convidou pra comer pizza à noite na casa deles. Eu fui, sem saber que o Álvaro também ia.


O Álvaro levou seu saxofone (só firula). Depois do jantar nós sentamos no chão e ficamos cantando. A Bel canta muito bem e o Kim tocava violão. Estávamos eu, Álvaro, German, Bel, Kim e Marina, a filhinha deles.

Durante o jantar já começou rolar um clima, olhares, mas eu não estava muito certa daquilo. Ainda pensava em um antigo (muito antigo) amor e não sabia se queria me envolver.

Naquela época eu pesava 63 quilos, mas estava começando a engordar. Não estava muito preocupada com isso naquela época. Estava tentando me desintoxicar das anfetaminas em meio a uma depressão horrenda! Queria ser feliz novamente...

Ficamos por lá e eu acabei cochilando no colo do Álvaro. Sabe que ele me roubou um beijo enquanto eu dormia??? Que safadinho! Mas era mentira, eu só estava fazendo charme, não estava dormindo de verdade.

Ele foi me levar em casa e rolaram uns amassos na porta...

No dia seguinte, no domingo, eu ia lá. Lembram que ele tinha me convidado? Então, infernizei a Lilian pra ela ir comigo. Não queria, de modo algum, ir sozinha... Fomos. Ficamos por lá e a Lilian tinha um compromisso. Como o Álvaro estava gravando uma fita K7 (coisa mais antiga - pra quem não sabe o que era, tem uma foto aí ao lado) com músicas que eu gostava, fiquei esperando ele terminar. Ele foi me levar em casa... Estava tão confusa! Não sabia se estava namorando, se não, eu tinha 24 anos, ele tinha 32 já era separado... resolvi não pensar muito nisso e ir levando.

Acontece que um escorpião pode ser muito envolvente. Desde que ele queira, claro!

Ele foi me envolvendo e saímos numa turma bem grande no sábado seguinte, dia 23 de setembro de 1989. Eu tinha passado a semana falando com ele por telefone, sem muitas intimidades, mas nos conhecendo. Fomos a um bar chamado Clyde's. Foi uma noite muito gostosa e eu estava me rendendo aos apelos do coração... Fui ao banheiro com a Bel e disse: "Ai, Bel, acho que estou apaixonada". E não é que o puto estava no banheiro masculino e ouviu??? Que droga. Apaixonada e entregue ao bandido!

Naquela noite, de 23 pra 24 de setembro de 1989, junto com a entrada da primavera (ah, a primavera é linda!), começamos a namorar e não paramos mais!

São quase 25 anos de cumplicidade, amor, carinho, amizade... Um amor imenso, que não cabe dentro de mim e que nem tenho como descrever! Seria injusto, pois as palavras jamais serão capazes de chegar perto do que sentimos um pelo outro!




Se tivemos problemas? Crises? Claro, como todos os casais. Tivemos briguinhas tolas até que ele decidisse de vez ficar comigo, tivemos uma crise durante estes anos, que foi minha e não dele, mas ele me apoiou como poucos fariam e esteve comigo firme e forte. E digo mais, ele teve a competência e a sensibilidade de me reconquistar!


Nestes 25 anos casamos 2 vezes sem nunca termos nos separado, perdi um bebê, moramos em 4 casas diferentes, adotamos 4 gatos, 3 já morreram, adotamos mais 3, tivemos momentos tristes, mas muitos, muitos momentos felizes! Graças a Deus muitos momentos mais felizes do que tristes.


E esta é uma pequena parte do início do maior amor do mundo! 


É isso aí!

2 comentários:

  1. Errata - O Guto também estava na Rural. Eu, o Baixinho, o Álvaro e o German estavámos na pousada, todo o restante invadiram como se fossem uns sem-tetos kkkk.
    Quanto as fotos, só existe 1 foto minha, tirada pelo baixinho, que eu não faço a mínima por onde anda.
    É isso! Bjs Elaine

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    1. Eu tenho a foto. Está na postagem O Maior Ódio do Mundo: http://gordaluacheia.blogspot.com.br/2014/04/o-maior-odio-do-mundo.html

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