domingo, 13 de abril de 2014

Atitude!

Ano 2000, virada do século! Vida nova que desponta!!! EEEEEEbaaaa!



Em março de 2000, por indicação de minha amiga Cláudia, eu procurei uma endocrinologista, especialista em doenças do metabolismo como diabetes, obesidade, hipoglicemia, bulimia, anorexia, etc. Trata-se da Dra. Marisa Cardeal Werner. Uma profissional competentíssima.

O Álvaro decidiu tratar-se com ela também. Cheguei lá com 123 kg. Começamos o tratamento. Ela nos mandou fazer uma bateria enorme de exames. Todos deram resultados excelentes. Nada de colesterol, glicemia, triglicérides, gordura no fígado... nada. Eu era uma gorda absolutamente saudável. Como diz meu irmão: Um milagtre da medicina. 


Só que eu não conseguia fazer a dieta como se deve... havia uma ansiedade, sei lá... não conseguia emagrecer. Por causa dos meus problemas anteriores, não poderia tomar qualquer tipo de remédio. Minha pressão estava um pouco alta e ela era contra os tais remédios de fórmula. Aqueles... as anfetaminas...

Então ela me receitou um remédio novo na praça. Um tal de Plenty. Caro, caríssimo. Comprei. Ele começa a fazer efeito após a quarta semana. Enfim comecei a emagrecer. Perdi uns 16 quilos. 

Mas eu ficava nessa: emagrecia 5, engordava 1, emagrecia 3, engordava 2. Uma dificuldade! Já não comia tanto.


O tempo foi passando e abri uma loja em março de 2001. Caldeirão Mágico. Uma lojinha muito especial que ficava dentro do shopping da família de uma amiga.

A loja era uma graça, eu vendia produtos esotéricos, presentes, artesanatos, bijuterias. Eu adorava, no primeiro ano foi tudo bem. A loja se manteve, mas em 2002 o comércio levou um tombo feio e eu passei a ter muito prejuízo. Sim, porque em setembro de 2001 nós abrimos uma segunda loja no shopping: o Cantinho Mágico, que vendia brinquedos. Tínhamos 3 funcionárias no total e estava difícil de continuar.

Nesse ano de 2001 eu consegui manter meu peso. Almoçava direitinho, tinha uma vida regrada. Mas, em maio de 2002 eu tive um problema seriíssimo no nervo ciático. Desloquei o fêmor, que passou a esmagar o nervo ciático. Fiquei um mês com dores horríveis, sem poder sequer andar ou sentar. Até descobrir o que eu tinha exatamente, eu comia deitada. Passava o dia deitada... Nada me fazia melhorar. O ortopedista, aquele açougueiro, disse que não havia nada de errado com a coluna. Claro! era o fêmor e não a coluna. Ele me receitou uma injeção de cortizona. Ah... engordei 17 quilos nos meses seguintes. 


Em maio de 2002 eu tive uma grata surpresa: A minha prima, amiga e irmã Rita, que estava grávida, disse que eu batizaria a filha dela que nasceria no dia 29/05. Fiquei exultante. Foi o melhor presente que alguém poderia ter me dado...


MARIANA: Nasceu linda e é linda, esperta, geniosa, brava, muito vaidosa... não sei pra quem puxou. Ela é a luz dos meus olhos!


Estava tudo indo bem, no final de 2002 eu estava começando a emagrecer novamente, amas com muita dificuldade. Foi quando a Dra. Marisa sugeriu que eu deveria fazer a operação do estômago. Fiquei indignada! Achei um absurdo. Imagina! Eu nunca faria algo tão radical e invasivo!

Mas... nunca é muito tempo!

No dia 07 de dezembro de 2002 eu tive o pior dia da minha vida! Minha mãe faleceu. Morreu assim, do nada! Saiu pela manhã com meu pai pra fazer compras e quando voltou, caiu morta no meio da sala.

Um baque, um trauma sem precedentes. Foi a pior experiência que tive na minha vida. Logo após o velório, meu pai veio pra minha casa e ficou comigo durante 1 ano. Eu não tinha cabeça pra nada. Se não fosse o Álvaro, acho que eu teria sumido... sei lá. Ele foi e sempre será meu gande porto-seguro. Sem ele eu não seria nada! Tive uma série de sequelas nesse ano. Não comia muito, mas engordei uns 25 quilos. Cheguei em dezembro de 2003 com quase 150 quilos. 

Em agosto de 2003 eu encontrei a Thaís Delboni. Grande amiga e ex-terapeuta do Álvaro. Ela era obesa. Quase com o eu. Quando eu a encontrei, quase não a reconheci. Estava linda, magra, elegante, feliz. Uma outra pessoa. Então ela me incentivou a procurar pelo médico que fez a cirurgia dela. Um médico da equipe do Dr. Arthur Garrido, o Dr. Luiz Vicente Berti. Ela estava tão feliz, me falou tão bem de tudo que ela estava sentindo, que eu me senti motivada. 

Eu já vinha pesquisando sobre o assunto, lendo, me informando. Liguei pro consultório e marquei minha consulta pro dia 13 de outubro. Fui, ele me explicou o que era realmente ser obesa, me falou de todos os riscos da cirurgia, dos pontos positivos e negativos. Me mandou fazer uns 40 exames. Fui fazendo todos, devagar. Estava arrumando as coisas pra me mudar pra Santos. 

Quanto aos risco, bem, eu li muito, pesquisei sobre o problema da obesidade. Esta é uma preocupação mundial. Mais de 40% da população do mundo é obesa. O que se dizia era que corria mais riscos sendo obesa do que em uma mesa de cirurgia...

Dia 12 de dezembro de 2003 eu mudei pra Santos. Acabei de fazer meus exames e voltei ao médico. Então foi tudo muito rápido. A médica que me atendeu marcou minha cirurgia pra 29/03. Faltavam 2 meses, eu achei que estava loooonge... Nem bem pisquei os olhos e pronto: chegou!

Na segunda-feira 29/03/2004 me internei no Hospital Santa Rita, na Rua Cubatão, 1.190. Entrei em cirurgia às 15h. Às 16h mais ou menos, meu marido foi chamado no centro cirúrgico e quase teve um troço...

O susto do cisto

Acontece que quando o médico abriu pra começar a cirurgia, ele localizou (com os olhos de Deus), um cisto no meu ovário que pesava 2,5 kg e tinha o tamanho de uma bola de futebol. Era um cisto muito grande e com muito líquido. Ele possuía 4 cavernas: duas com líquido mais claro e 2 com líquido mais escuro. Foi esse líquido escuro que preocupou muito os médicos. Poderia romper-se a qualquer momento. Aí seria fatal. 


Pela aparência horrorosa do cisto (palavras dos médicos), eles acharam que fosse maligno. Fizeram uma primeira biópsia do tecido que deu negativo. Porém, ainda havia uma segunda biópsia a ser feita: a do líquido. Ainda havia uma possibilidade grande de ser maligno. O resultado só ficaria pronto em 10 dias e eu não fazia a menor idéia que ainda poderia estar com um tumor maligno. O Álvaro me poupou pra que minha recuperação não ficasse comprometida. 

Depois de 10 dias da cirurgia estivemos no médico e pegamos o resultado do tal exame: NEGATIVO!!! Graças a Deus, mais uma vez, estava livre de uma doença séria. 

Vocês devem estar se perguntando como ninguém nunca tinha visto tal cisto antes. Mas é que a parte visível dele, que apareceu no ultrassom, tinha 6 cm. Um tamanho que com tratamento ginecológico se resolve. Acontece que ele cresceu para dentro. Ficou escondido. Eu não sentia dores e minha menstruação sempre foi normal. 

Bem, voltando ao dia da cirurgia, o médico chamou o Álvaro para comunicá-lo e para perguntar se ele queria que continuasse e fizesse a cirurgia de redução do estômago. Mas ele mesmo disse que não seria recomendável, pois a anestesia poderia não durar tanto e a minha resistência cairia muito. Além do que, se o tumor fosse maligno, eu não resistiria a um tratamento de câncer com um estômago reduzido, assim foi o que o Dr. Luiz Vicente disse ao Álvaro. Claro que o Álvaro optou por não fazer a redução no meu estômago.

Deus encaminha a gente das formas mais estranhas, não é? Hoje eu tenho a certeza de que fui encaminhada, pelas mãos de Deus, para aquele hospital no dia 29/03. O dia do meu renascimento. 

Agradeço todas as mensagens e telefonemas de otimismo, a todas as correntes, orações, reiki... Todos meus amigos e familiares estiveram muito presentes. 

Não me senti frustrada e em momento algum achei que o Álvaro tivesse tomado a decisão errada. Era pra ser assim e foi. Até mesmo a euforia, a ansiedade para fazer a cirurgia passou... Sei lá, coisas da cabeça e do coração. 

Tive alta na quarta-feira (30/03/2004) pela manhã. A recuperação foi muito lenta, foi um corte muito grande (23 cm) no sentido longitudinal. Vai desde o meio dos meus seios até o umbigo. Nos dias após a cirurgia, me senti bastante debilitada e com algumas dores na cicatriz. Retirei os pontos no dia 22/04/2004. O médico disse que seria mesmo uma recuperação lenta e um pouco dolorosa, mas eu não reclamei, afinal, mais uma vez estava viva! 

Apesar do médico me garantir que a cirurgia que eu fiz é mais dolorosa no pós-operatório que a de estômago, todas as correntes e emanações positivas me ajudaram e durante os primeiros dias senti poucas dores. 

O médico disse que depois de um ano eu poderia voltar e fazer a cirurgia do estômago. Um ano era o tempo recomendado para eu me recuperar física e mentalmente e também para uma nova anestesia geral. 

A missão foi cumprida. Fiquei bem e agradeço a Deus e todos que me olharam e ajudaram por isso.

Nos posts seguintes falarei um pouco sobre minhas pesquisas a respeito da cirurgia bariátrica e por que decidi não fazer mais.

É isso!



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