sexta-feira, 18 de abril de 2014

Eu sempre quis ser professora...

Desde pequena pegava minhas bonecas, colocava todas sentadinhas na varanda e ficava horas ensinando "sei lá o quê" pra elas. Sempre muito faladeira, como dizia minha mãe, pra tudo eu tinha uma explicação. Roubava giz na escola e escrevia nas portas dos guarda-roupas coloniais da minha casa. Reproduzia as lições da escola pras minhas bonecas.

Com 15 anos já dava aulas particulares. Alfabetizava, acompanhava o aprendizado, aprendia com minhas aluninhas Priscila, Fabiana e Karla, minhas primeiras cobaias.

Foram chegando outros, mais e mais. Salvei muitos da reprovação, ajudei muitos na matemática, português, ciências... na vida. Passava não só o conhecimento teórico, mas minha pouca experiência, encorajava, tinha "brilho no olhar".

Aos 20 já dava aula em uma escola de verdade. Uma turma de supletivo de 2º grau foi a primeira sala que entrei. Todos eram mais velhos que eu. Não tive medo, nem tremedeira. Era como se eu tivesse nascido em uma sala de aula. Estava no sangue, corria nas minhas veias o anseio por ensinar. Foram anos maravilhosos. Eu tinha garra, força, coragem.

Amava e era amada por meus alunos. Sempre muito rígida (professora de português sempre é), muito compreensiva, amiga. Impondo limites, mostrando a vida lá fora, indicando um caminho, iluminando os passos tímidos de tantos alunos que não se achavam capazes de serem alguém na vida.

Sempre fui reconhecida e muito homenageada nos aniversários, datas festivas e formaturas. Que emoção gostosa!

É assim a nossa missão: doar, ensinar, encorajar! Passar adiante o que tem dentro de nossas cabeças e que ninguém pode roubar: o conhecimento.

A minha história não é diferente de milhares de outras histórias de milhares de outros professores que amam o que fazem, que não desistiram e continuam com fé, amor e dedicação, apesar do descaso público.

Ser professor é nunca perder o brilho no olhar, nunca perder a esperança de ensinar e proporcionar uma vida e um mundo melhor aos seus alunos.

É isso... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário