segunda-feira, 14 de abril de 2014

Cirurgia de Redução do Estômago. O que acontece "depois"???

Cirurgia Bariátrica, Gastroplastia, Operação do Estômago... ela tem muitos nomes, mas trata-se da redução de estômago para o equivalente a um copinho de café, ou seja, entre 20 e 30 ml.

Esta postagem não tem caráter científico e é uma pesquisa rasa, sem muita pretensão. 

Tenho visto os programas de TV darem um certo espaço a médicos que falam sobre a cirurgia de redução de estômago e resolvi questionar o que acontece depois...

Deus encaminha a gente das formas mais estranhas, não é? Hoje eu tenho a certeza de que fui encaminhada, pelas mãos de Deus, para aquele hospital no dia 29/03/04. O dia do meu renascimento.

Acho que tive uma chance divina de realmente “ver” o que é essa cirurgia e algumas de suas sequelas a curto e longo prazo.

Essa cirurgia tornou-se uma indústria. As pessoas têm operado com qualquer idade, sem amparo psicológico e sem uma estrutura para suportar as mudanças que a cirurgia traz. Algumas até têm engordado pra atingir o IMC mínimo pra então operar pra emagrecer. Louco isso, não?

Não estive muitas vezes no consultório do meu médico, mas das poucas vezes que estive lá, ouvi casos muito complicados do que acontece “depois”.

No dia em que marquei minha cirurgia, tinha uma moça que era muito magrinha e estava lá porque tinha operado há 4 ou 5 anos e estava com “Aderência” no estômago. Em outras palavras, seu estômago colou e ela não conseguia comer mais nada. Estava lá pra marcar uma cirurgia pra “descolar” o estômago. Achei que fosse um caso isolado, mas me deparei com mais 2 casos de aderência no dia em que retornei pra tirar meus pontos. Uma era uma moça muito magra e linda que já fizera a cirurgia há 5 anos.

Nesse dia havia uma menina de 14 anos que pesava 124 Kg, fez a cirurgia e ficou 2 meses no hospital. Ela teve vários problemas, teve uma “invaginação intestinal”, ou seja, um intestino entrou dentro do outro e ela defecava e vomitava bílis. Teve de operar pra arrumar o intestino, poucos dias depois ela teve a tal da aderência e teve de operar pela 3ª vez pra abrir o estômago. Aí ela teve pneumonia e fungos no hospital, agora está com uma anemia profunda e talvez tenha que desfazer a cirurgia do estômago pra poder se curar.

Uma outra moça me falou de pessoas que têm problemas de vesícula, pois a mesma perde parte de sua função e passa a dar problemas depois de alguns meses, precisando operar para retirar a mesma.

Minha pergunta é: “O que acontece depois??? O que acontece depois de 5 ou 10 anos (ou até mais) que a pessoa opera? Eu terei de ficar entrando e saindo de cirurgias por quantos anos? Até o fim da minha vida???”

Fico preocupada, pois resolvi operar o estômago para ter qualidade de vida e corro o risco de ter de ficar operando, operando incansavelmente. Até quando um organismo pode aguentar?

Todas as entrevistas que vejo falam muito do risco operatório, riscos de trombose, respiração, entre outros. Mas e esses outros que pude ver agora depois de ter quase operado o estômago?


O fato é que resolvi tentar alguma outra coisa para emagrecer, já que tive a oportunidade de ver com meus olhos o que poderia me acontecer. O problema é que não tenho recursos financeiros pra um bom tratamento com coisas que já experimentei e realmente funcionam pra mim como massagens, drenagem linfática, métodos adotados nessas clínicas de estética que fiz por um tempo (e foi excelente mas caro, 15 sessões ficam na média de R$ 3.500,00 a R$ 5.000,00), remédios adequados, pois não posso tomar qualquer remédio por causa da tendência à depressão que tenho. Um SPA seria de bom tamanho também, mas nem quero saber quanto custa. Como vê, pra emagrecer precisa de muito dinheiro além de paciência e, de preferência, alguém que fique fazendo sua comida e te dando de 3 em 3 horas... 

Depois da tentativa frustrada de uma cirurgia, passei a pesquisar muito sobre o assunto e cheguei a algumas respostas.

Após a cirurgia alguns "incômodos" podem ocorrer:


  • Durante o 1º mês só bebidas bem líquidas (consistência de água). Gatorade; água de coco; yogurt líquido, batido com leite; leite; chá sem cafeína (camomila e erva-cidreira, por exemplo).


  • Pode beber 20 ml (copinho de café) por vez em golinhos bem pequenos e com espaço de uns 3 minutos entre cada gole.

  • O paladar muda muito. Coisas que gostamos antes de operar passamos a não gostar depois de operados. Muitas pessoas ficam com intolerância a adoçante. Muita gente também fica com Mal de Dumping, uma intolerância a doces, principalmente chocolate, provocando taquicardia e um mal estar enorme, algumas pessoas vão parar no hospital.

  • Úlcera – Li sobre uma moça que ganhou uma úlcera marginal que fica localizada entre os 2 estômagos (onde há a separação do estômago novo e do estômago velho). Essa úlcera pode ser tratada com remédio e alimentação. Ela pode ser proveniente de uma gastrite que passou desapercebida antes da cirurgia. Não foi o 1º caso que li.

  • Anemia – muitas pessoas ficam anêmicas e com falta de cálcio. Isso provoca, dentre outros problemas, queda de cabelo.

  • Falta de libido – Li sobre algumas mulheres que perdem o apatite sexual.

  • Depressão – muitas pessoas sentem falta da comida. Uma fome psicológica, talvez.

  • Certa dificuldade para fazer endoscopia – recomenda-se fazer com o médico que fez a gastroplastia pra não ter problemas.

  • Gases mal cheirosos (muito).

  • Pedra na vesícula – já conversei com muitas pessoas que ficam com problemas na vesícula e têm que operar pra retirar. Algumas já retiram na própria gastroplastia. Li um caso de uma moça que aproveitou a gatroplastia pra tirar a vesícula porque tinha pedra. Acabou rompendo o baço e tendo que tirá-lo também. Teve hemorragia e teve que passar por transfusão de sangue.

  • Falta de proteínas e vitaminas – causa inchaço, queda de cabelo, esquecimento, desânimo. 

  • Aderência: as paredes do estômago colam e tem que ser feita nova cirurgia para descolar.
É isso!


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