sexta-feira, 25 de abril de 2014

Eu por mim mesma – Parte III: Cicatrizes

Foi aos 12 anos que produzi minha primeira cicatriz... 

Foi em 19 de janeiro de 1978 que eu caí e quebrei o braço, quer dizer, desloquei a cabeça do rádio (cotovelo direito). Eu estava passando férias em Rifaina (MG), no sítio de um tio do meu pai (Tio Pedro, irmão da vó Alícia). Lá tinha uma represa que ficava a poucos metros, em frente à casa. Eu tinha 12 anos e era fanática por água. Mal chegamos, descarregamos o carro e eu fui colocar meu biquíni. Saí correndo desembestada, tropecei na raiz de uma árvore e caí toda torta, em cima do meu braço. Senti muita dor na hora! Chorei, fiz um escândalo, veio todo mundo correndo ver o que tinha acontecido. Meu irmão pegou meu braço e chacoalhou com força e eu gritei! Ele disse que era manha! kkkkk 

Caí em uma terça-feira. Depois disso ainda fomos passear em Poços de Caldas, passamos em Mogi Mirim e só no dia 25/01 é que voltamos. Minha mãe estava tão preocupada que nem quis ir pra casa, fomos direto ao Pronto-socorro. Como era feriado, me engessaram e mandaram eu ir ao Hospital Carlos Chagas, em Guarulhos, no dia seguinte pra tirar uma radiografia. Meu irmão riu de mim e disse novamente que era manha e que eu voltaria no dia seguinte pra colocar um gesso maior ainda! 

Fomos no dia seguinte e não me deixaram voltar pra casa. O médico que me atendeu disse que eu tinha que ser internada urgentemente pra uma cirurgia. Era um médico nipônico muito do grosso. Ele disse que como eu estava em idade de crescimento, meu braço direito iria parar de crescer e atrofiar! Eu e minha mãe saímos chorando da sala dele! Delicado...

Quando meus pais chegaram em casa e disseram pro meu irmão que eu ficara no hospital, segundo me contaram, ele ficou desesperado. Chorava, gritava e perguntava por que não tinha sido com ele. Era remorso... bem feito! Quem manda falar sem pensar? 

Mas ele mandou uma cartinha fofa dizendo o quanto se arrependia por ter dito aquelas coisas.

Meus pais tinham medo que o médico que ia me operar fosse o oriental, mas felizmente não era! Quando meu pai sofreu aquele acidente na Bardella, ele foi operado nesse mesmo hospital por um médico excelente chamado Vilney Mattioli Leite. No dia da minha cirurgia ele encontrou esse médico que informou ao meu pai que quem estava me operando era o irmão dele: Nelson Mattioli Leite (foto à esquerda). O médico era realmente um gênio. Fiquei 6 horas no Centro Cirúrgico. Ele colocou um pino de platina no meu cotovelo em forma de L, pra segurar o osso no lugar. Fiquei mais de um mês engessada. 

Criança de tudo, fazia crochê mesmo com gesso e usava uma agulha de tricô pra coçar o braço, dentro do gesso. Sem juízo total. Quando tiramos o gesso tive que fazer uma pequena cirurgia pra tirar o pino de platina. Fiz fisioterapia por 6 meses! Cada sessão de fisio o médico mandava tirar 3 radiografias. No final ele mandou fotografar tudo porque usaria aquele material pra lecionar. Ele disse que meu caso era 1 em mil que ficava bom!

UFA! Dessa eu escapei!

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